Os movimentos sociais no Brasil passaram e intensificar-se a partir da década de 70, com fortes movimentos de oposição ao regime militar que então se encontrava em vigência, mantendo uma luta social e uma forte resistência, à ditadura e ao autoritarismo estatal. A população brasileira se manteve forte para com a ditadura que havia no país e dentro desse contexto ditatorial foi prevalecida a força e a organização dos movimentos estudantis e da classe operária em seus sindicatos comunidades eclesiais de base (CEBs) e pastorais, que ganhou força com a participação dos demais setores da sociedade que sofriam as consequências desta forma de governo.
Em Ubá, nos anos 70 e 80 o movimento social ganhou força com a participação efetiva do Padre Sebastião Jorge Corrêa e Irmã Marisa Costa que iniciaram as atividades das comunidades eclesiais de base e o apoio ao movimento sindical, comunitário e a participação política. Desse trabalho surgiram várias associações de moradores e o sindicato dos marceneiros de ubá. A evangelização e a educação popular iniciadas no bairro São Domingos formou diversas lideranças. Nesse contexto, ganharam força também as pastorais sociais como a Pastoral Operária e a Pastoral da Juventude, de onde surgiram grandes lideranças da FEMAC.
Parte 01
Nesta época a cidade vivia um momento importante em sua conjuntura social, econômica e política. A empresa Armarinho Santo Antônio dinamizava a vida social motivando seus funcionários a participarem dos movimentos sociais o que justifica a fundação das primeiras associações com dirigentes ligados a empresa, caso da Associação de moradores da Praça Getúlio Vargas como uma das mais antigas seguidas pelos bairros Primavera, Ponte Preta, Mangueiras Rural, Olaria e Meu Sonho. O governo municipal até que se esforçou para aderir a este novo modelo de gestão, mas errou ao indicar como presidentes das associações de moradores pessoas de seu convívio.
As experiências trazidas por Irmã Marisa do município de Serra do Espírito Santo, foram fundamentais na formação das associações de moradores, defendendo o caráter democrático, participativo, transparente e desatrelado de qualquer poder. Irmã Marisa e padre Sebastião foram os grandes responsáveis pela criação de sindicatos de trabalhadores, como o sindicato dos marceneiros e organização das comunidades de base e Pastoral Operária em toda a Diocese de Leopoldina.
A partir de 1988, fortalecidas com a nova Constituição “Constituição Cidadã”, as associações além do caráter reivindicatório ganham força na formulação e no controle de políticas públicas.
Parte 02
O governo municipal insistia em não reconhecer as associações de moradores e continuava a indicar seus aliados como representantes das associações, principalmente nos conselhos municipais.
Após uma reunião do Conselho Municipal de Saúde, sete associações decidiram fundar uma Federação, capaz de unir o movimento comunitário, para analisar, discutir e decidir as ações do movimento, formar e fortalecer as lideranças dando identidade ao movimento e transparência nas ações dos conselhos.
No dia 02 de agosto de 1993, foi fundada a FEMAC, tornando-se uma estrutura que iria abrir os caminhos para o debate das grandes questões sociais de Ubá. Os desafios das primeiras reuniões eram no sentido de unificar o movimento comunitário em torno de suas lutas por melhorias dos bairros.
Parte 03